Porto do Funchal
Fazer memória…
Ao olhar o porto, especialmente pela manhã, recordo-me sempre da minha infância. Tempos idos…em que sem necessidade alguma madrugava por puro prazer! Meu avô tinha um fascínio pelos barcos e navios, e em nossa casa tínhamos uma extraordinária vista para a baía do Funchal. Em pleno terraço, sempre por volta das 6 da manhã lá ia ele deleitar-se a olhar o porto e o movimento de chegadas dos cruzeiros. E eu, nos meus 5 até aos 9, 10 anos cedo lhe melgava. “Qual é aquele?”, “de onde vem?”, e já reconhecia alguns de tanto os avistar nas manobras para atracar. “Black Prince”, “Black Watch”, “Camberra” entre tantos outros encheram de sonho e alegria a minha infância!
Era um prazer desmedido sentir o dia a nascer, o burburinho surgir do silêncio da noite (sim, porque ainda era de noite e já estávamos no terraço, umas vezes debruçados, outras sentados). A cidade emergia, os navios atracavam, e imaginava eu, muitos turistas invadiam a cidade, com as suas cores, vozes e tons!
O mar era (e é!) para mim fascinante, pois com ele fui crescendo, e povoou continuamente a minha infância como que a ponte para outras margens, outras terras, outros povos,…povos esses que via e sentia chegar a cada dia..
Memórias felizes estas….quando já não madrugo para vê-los chegar, mas ainda hoje saboreio a beleza da baía, do porto, dos navios e iates, dos novos e velhos, porque são, como sempre foram algo que trás cor e novidade ao dia, ao burburinho da cidade.
Olhar para o passado, para a nossa história, buscar as memórias, reviver o que nos aconteceu é importante porque nos permite viver melhor o presente e abrir caminhos para a frente. O passado nos define e nos pertence, mas não nos pode deter, antes pelo contrário. De memórias simples, ou grandiosas, fomos crescendo e nos tornando naquilo que somos. E que bons momentos eram, mas também hoje essas memórias poderão servir para desbravar caminhos …ou para romper com eles, ou mesmo para saboreá-los ou relembrá-los.
Dia feliz!
Baía do Funchal
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