Olá amigos!
Hoje é o Dia Mundial da Saúde Mental, um dos parentes mais pobres e escondidos da saúde.
Pena é que um dado tão relevante como o facto de que a carga mundial das doenças mentais (composto pela mortalidade e incapacidade) é de 14%, o que representa mais do que a carga mundial com o cancro e as doenças cardiovasculares (dados da OMS - Organização Mundial da Saúde). E afinal de contas, qual o Orçamento da Saúde, e a verba vinculada à saúde mental?... É fácil concluir que não atinge estas percentagens!
Portugal, a reboque de outros parceiros europeus, assumiu, por intermédio do Governo, um Plano que prevê a prazo o encerramento de 3 dos 6 hospitais públicos psiquiátricos, assumindo que deverá apostar em pleno na desinstitucionalização. Só que primeiro, o caminho ainda não está definido, e a realidade nacional obriga a um reposicionamento que todos parecem esquecer.
Hoje em dia, o estigma relativo à saúde mental é ainda enorme, e a crise e a vulnerabilidade social acentua a institucionalização, na protecção ao doente e à própria família, muitas vezes com um fardo para o qual não está preparada nem tem condições para lidar.
Assim, é notória, de forma transversal a todo o país, a necessidade de uma aposta clara na formação, na educação de doentes e família suporte, e também na criação de outras infraestruturas como serviços comunitários, mais apartamentos protegidos e autónomos, centros de dia, foruns ocupacionais, etc para pessoas com doenças mentais mais incapacitantes. Por outro lado a aposta na reabilitação a este nível de utentes, deverá ser consciente e efectiva, e servir de suporte a pessoas com uma doença que não sendo incapacitante em alguns casos obriga a um apoio, supervisão e acompanhamento, diferente de outra qualquer doença.
Só depois de ter toda esta estrutura a funcionar, poder-se-ia pensar em fechar hospitais! Todavia, no seu funcionamento normal, todos os serviços de saúde implicados deverão promover e potenciar a reabilitação/desinstitucionalização.
Também é importante trabalhar as mentalidades que julgam que são "doenças dos outros..." Na realidade actual, ninguém está do outro lado, a linha entre a sanidade e a loucura, é, em meu entender, muito ténue. Tanto mais que actualmente, são sinais de alerta a crise económica que leva à pobreza e à vulnerabilidade. E segundo a própria OMS a depressão (uma das doenças psiquiátricas) está ligada à vulnerabilidade social. A pobreza não é só não ter dinheiro, é não ter rede social, sofrer de abandono, de isolamento. São todas situações que causam enorme vulnerabilidade social, e por consequência consumo de álcool, drogas, depressão, suicídio, etc.
A OMS diz que todos os anos 30% da população mundial sofrerá algum tipo de problema mental... Uma em cada quatro famílias tem alguém com um problema de saúde mental. Mas se se perguntar a alquém se tem alguém com doença mental na família, a primeira reacção é dizer que "não, não temos malucos na família..."
Pois, mas os doentes mentais são pessoas, com capacidades e dons, como outras pessoas quaisquer e se queremos caminhar num melhor futuro, muito caminho há a percorrer...
Façam o favor de ser felizes e de fazer alguém feliz! E já agora olhem o belo que há em cada ser humano, pois não somos assim tão diferentes!
Olá amigos!Esta semana sigo a linha da "diferença". Hoje decidi falar-vos de um livro que li recentement...
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