"Às vezes tem que deixar partir quem mais precisa"
Olá amigos!
Hoje é dia de S. Valentim, dia de Namorados e não resisto a falar-vos de um filme que praticamente surgiu em Portugal anónimo, mesmo transportando um Globo de Ouro para Melhor Actriz de Drama e a nomeação para o Oscar para Julie Christie.
Na verdade este é um filme que fala de um grande amor, de uma relação de mais de 40 anos, que de repente tem que enfrentar um Alzheimer.
Grant (Gordon Pinsent) e Fiona (Julie Christie) formam um casal feliz, que tem sua vida abalada quando ela apresenta alguns graves sintomas, como perda de memória. Logo vem a confirmação: Fiona está com o "mal" de Alzheimer. Relutante a princípio, ela passa a aceitar a doença e decide ser internada numa clínica. Uma das regras do local é que os pacientes não recebam visitas durante seus primeiros 30 dias. Quando Grant finalmente consegue vê-la, ela já não o reconhece mais. Fiona está agora afeiçoada por Aubrey (Michael Murphy), outro paciente da clínica, o que faz com que Grant tenha que se contentar com sua nova condição de amigo ao mesmo tempo em que tenta ajudá-la a se lembrar do passado.
A história é contada do ponto de vista de Grant, marido de Fiona e professor reformadoo. Quarenta anos depois do casamento, ele ainda ama a esposa com tocante intensidade. Daí sua relutância em deixá-la ir para uma clínica para doentes de Alzheimer. Mas a orgulhosa Fiona sente que está desaparecendo e que sua presença na casa será um fardo e uma indignidade. Resta assim ao homem vê-la partir para a clínica... e a idéia de um futuro assustador - a possibilidade do amor dos dois ser lembrado apenas por ele.
Sarah Polley faz aqui a sua brilhante estreia como realizadora, num filme que questionou-me imenso sobre o envelhecimento, sobre a doença e como aceitá-la. Não é moralista, e respeita a extrema complexidade das emoções e das relações.
Porque este filme não impôs-se no circuito comercial? Não é um tema fácil, e a indiferença muitas vezes é o que atinge estes filmes mais profundos e dificeis de digerir.
Lindo e triste ao mesmo tempo, "Away from Her" tem uma angústia comovente e inesperada, aliás, a frase subtítulo que transcrevo no início do post demonstra logo que o filme não é fácil...
Notáveis todos os desempenhos, mas Julie Christie aos 66 anos é sem dúvida uma grande candidata a ganhar o Oscar de Melhor Actriz.
A ver.
Bom Cinema!
Façam o favor de ser felizes e de fazer alguém feliz!
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