Ingmar Bergman (1918-2007)
"Fazer filmes é para mim um instinto, uma necessidade como comer, beber ou amar", declarou em 1945.
Olá amigos!
Ontem fui surpreendido com a notícia da morte de um dos maiores realizadores do mundo, o sueco Ingmar Bergman. Aos 89 anos, deixou-nos uma herança notável de imensos filmes que focam acima de tudo o ser humano, o homem, a mulher, a vida, o amor, a culpa, as tensões nas relações, o medo da morte e a angústia de viver sem saber se Deus existe ou não ... Os seus filmes são como um puzzle que em cada peça foca uma etapa da vida! E o seu cinema é no fundo a celebração da vida!
Tornou-se famoso por filmes como "Morangos Silvestres", "Cenas da Vida Conjugal", "O Sétimo Selo", "Sonata de Outono" e "Fanny & Alexandre", que elevou Bergman ao estatuto de um dos mestres do cinema moderno.
Bergman teve uma carreira de mais de 60 anos, na qual realizou 54 filmes, 126 peças teatrais e 39 produções de radiodramaturgia, além de ter assinado diversos livros. Foi nomeado nove vezes ao Oscar de melhor realizador, e o cineasta ganhou a estatueta de melhor filme estrangeiro em 1960, 1961 e 1983.
Nos últimos anos, Bergman distanciou-se do cinema, tendo optado por assinar guiões e textos para o teatro. Sua última produção originalmente feita para o cinema foi a longa metragem "Fanny e Alexandre" (1983). O filme "Saraband" (com Erland Josephson e Liv Ullmann), de 2003, chegou às salas de cinema, mas foi originalmente concebido para televisão.
Um dos realizadores que mais reverenciaram Bergman é Woody Allen. Durante um tributo ao realizador sueco, por ocasião de seus 70 anos de idade, em 1988, o cineasta americano afirmou que Bergman era ''provavelmente o maior artista do cinema como um todo, desde a invenção da câmera de cinema''.
O próprio Bergman disse, numa rara entrevista dada em 2004, que não conseguia assistir aos seus próprios filmes, porque eles o deixavam deprimido.
Fora das luzes do cinema e do teatro, Bergman era, sobretudo, conhecido como um amante de mulheres. Casou-se por cinco vezes e as suas aventuras com as actrizes principais dos seus filmes eram sobejamente conhecidas. Inclusive casou-se com a actriz sueca Liv Ullman! Teve nove filhos, das suas várias relações, e a maioria deles seguiu uma carreira artística.
Anunciou a sua retirada em 2004, aos 86 anos de idade, exactamente após realizar "Saraband".
Este foi o último filme que vi do "Mestre". Sai da sala de cinema, mudo, porque poucas vezes vi um filme retratar tão bem o envelhecimento, o poder das relações e do amor, com toda a simplicidade e também complexidade que nos caracteriza a nós seres humanos.
Trinta anos após "Cenas de Uma Vida Conjugal" retoma os mesmos personagens entretanto divorciados.
A advogada Marianne (Liv Ullmann), 30 anos após, decide visitar impulsivamente o seu ex-marido, Johan (Erland Josephson). Ao chegar, ela testemunha o relacionamento atormentado entre Johan, o seu amargo filho Henrik e uma neta de 19 anos, Karin. Incapaz de lidar com a morte da esposa, que faleceu há 2 anos, Henrik expressa sua dor através de uma nada saudável obsessão com Karin, sua filha adolescente. Ignorando os protestos de Henrik, Johan propõe-se mandar Karin para um prestigiado conservatório de música, forçando-a a escolher entre ficar com o seu atormentado pai ou ter um futuro promissor como uma violoncelista.
As tensões nas relações estão sempre presentes nos filmes de Bergman, e aqui mesmo após gerações, tudo parece repetir-se noutras linhas...
A ver, para celebrar o tesouro que Ingmar Bergman nos deixou.
Bom cinema!
Façam o favor de ser felizes e de fazer alguém feliz!
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