Olá amigos!
Hoje não resisto a falar-lhes de um filme que vi nos últimos dias e que me colocou a reflectir até hoje. É daqueles filmes silenciosos, que chegam quase incógnitos, mas para quem tem a sorte de os ver (muitas vezes é mesmo isto), algo desperta. Devo dizer-vos que foi ver intencionalmente, visto que o filme recebeu o Prémio Especial do Juri em Cannes 2006, foi nomeado para os Bafta ingleses (os Oscars britânicos) e venceu os Bafta escoceses.
É um filme duro, quase "seco", árido, mas fiel retrato da vida, que por vezes bate-nos com uma força tremenda que nos deixa sem reacção, traumatizados, mesmo perdidos.. Esta é uma dessas histórias... tão real, quanto a nossa ou a do vizinho do lado...
Esta obra é o cartão de visita do projeto “The Advance Party” orientado por Lars Von Trier, onde três realizadores utilizam os mesmos personagens interpretados pelos mesmos actores, para realizarem cada um o seu próprio filme durante seis semanas em Glasgow, Escócia.
Esta é a história de Jackie (Kate Dickie) que trabalha como operadora de câmaras de vigilância que estão espalhadas pelas ruas de Glasgow, atenta a possíveis distúrbios e prontamente avisar a polícia. Mais do que simples dever, Jackie já conhece as personagens daquelas ruas, estranhos que quotidianamente ela acompanha à distância. Mas um daqueles muitos ecrãs devolve um dia a Jackie uma imagem que ela pensa reconhecer, a de um homem, Clyde (Tony Curran), cuja ligação a Jackie só mais tarde viremos a perceber. Jackie tem uma existência anestesiada, fria nas relações pessoais que mantém - como se a protecção do ecrã fosse o seu estado natural. A perseguição que ela começa a fazer a Clyde,um homem que pensava nunca mais ver, até aos edifícios de habitação social de Red Road onde ele vive, é o caminho que ela precisa de fazer, também através da sua dor, para conseguir seguir em frente com a sua vida.
Sem qualquer escolha, ela é forçada a confrontá-lo. E começa a perder o controle.
É chegado o tempo da redenção, do perdão, de aceitar, de compreender, de seguir em frente, mesmo perante a maior das dores...
Com “Red Road”, Andrea Arnold, cuja curta “Wasp” lhe valeu um Oscar em 2005, constrói um filme honesto, forte e sensível, onde as acções valem mais do que as palavras. Durante a maior parte do filme não sabemos para onde estamos a ser conduzidos, e é num ambiente de tensão que, de uma forma perturbante, nos é revelado o objectivo de Jackie e do que ela está disposta a fazer para o conseguir.
"Sinal de Alerta" é duro e explicito, mas absorvente e sem dúvida um dos bons filmes deste ano. Vão ver! Bom cinema!
Façam o favor de ser felizes!
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