Olá amigos!
Finalmente vi um filme no qual depositava grandes expectativas: "O Mistério da Estrada de Sintra"
E desde já aconselho a sua visão, dado que embora não sendo uma obra prima, em muitos aspectos, em especial na reconstituição de época, e nos desempenhos dos protagonistas, está muito bom!
Este filme adapta o romance homónimo de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão.
Um certo dia, Eça e Ramalho decidiram assustar Lisboa, com a história mirabolante de um assassinato ocorrido na estrada de Sintra.
Tendo como única inspiração a força da imaginação, começaram a escrever. Combinavam, vagamente, na véspera o desenrolar da história e enviavam o original, em forma de carta anónima, para o director do "Diário de Notícias", que a publicava diariamente.
E, de facto, o "mistério" foi lido avidamente e conseguiu preocupar os lisboetas. Houve até leitores que acreditaram nos factos narrados, e mesmo quem tivesse medo de viajar para Sintra, chegando a fazerem-se investigações policiais no local.
O folhetim avança, e com ele ameaças, duelos, sexo e intrigas. Lisboa está em alvoroço. Todos se tomam pelo conde atraiçoado. Os crimes sucedem-se numa história onde o amor é mais forte do que a tradição, a intriga escapa às evidências e tudo corre freneticamente, como num jogo. O Mistério da Estrada de Sintra desafia todas as convenções numa acutilante crítica de costumes à romântica sociedade portuguesa do séc. XIX.
Tudo se resolveu quando, ao fim de dois meses, os autores se identificaram e explicaram que, afinal, tudo não passava de um belo romance.
Foi publicado, sobre a forma de cartas anónimas, no Diário de Notícias, entre 24 de Julho e 27 de Setembro de 1870.
Em 1884 é editado em livro.
Este é o novo filme de Jorge Paixão da Costa, protagonizado por Ivo Canelas (Eça de Queirós) e António Pedro Cerdeira (Ramalho Ortigão), em homenagem à amizade destes dois autores durante um processo de escrita imaginado, que se alimentava da realidade e que a provocava. Do vasto elenco desta co-produção, constam nomes sonantes como Rogério Samora, Nicolau Breyner (em mais uma curta mas excelente aparição), José Pedro Vasconcelos, Flávio Galvão... e inesperadamente ainda, Sérgio Godinho que aparece como médico de Eça.
Esta obra está ao nível de qualquer produção estrangeira, e merece toda a nossa atenção. A reconstituição de época é fabulosa, a realização é segura e não receia os grandes planos, a banda sonora do brasileiro Guga Bernardo é notável e marcante, e as interpretações são muito boas, em especial Ivo Canelas, brilhante no papel de Eça, personagem que lhe encaixa "que nem uma luva"!
Bom cinema!
Façam o favor de ser felizes e de fazer alguém feliz!
Trailer (You Tube):
http://www.youtube.com/watch?v=2p31hNKNjnI
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