Olá amigos!
Hoje se tivesse por Lisboa ia saborear o dia livre, o dia de Santo António, a vaguear pela cidade, a saboreá-la , a respirar o movimento, as pessoas, o povo que se ouve pelas ruas estreitas da baixa...
Por isso escolhi uma foto por mim tirada à uns meses a uma zona que me leva logo a divagar pela capital, a Praça do Rossio, com vista para o Elevador de Santa Justa e para as Ruínas do Carmo.
Esta é uma cidade na qual cresci como homem, onde muito sonhei, desconstrui e construi, e que fará sempre parte de mim, por isso não resisto a fazer-lhe uma singela homenagem, com um pequeno poema de Sophia de Mello Breyner, chamado exactamente de "Lisboa":
Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver
Sophia de Mello Breyner Andresen
Lisboa é, em minha opinião a única metrópole do país. Por muitos é considerada uma selva, em que o importante é sobreviver.
Sem dúvida que muitas das pessoas que ali habitam andam numa correria total a cada dia, em que a qualidade de vida é pouca ou nenhuma, perdida em horas e horas de transporte. É o peso de quem mora na periferia.
Agora, quem mora no centro, respira a cidade, e ou gosta ou não gosta. Não há meias medidas..
Já passearam pelo Eléctrico nº 28 sem stresses pelas ruas de Lisboa? É uma experiência única, vibrante, onde nos deparamos com os simples, com os bairros mais típicos..
Mas esta cidade de luz é a nascente cultural do nosso país, ou tudo se passa e acontece, onde agora 12 (!) candidatos degladiam-se para ser o próximo Presidente de Câmara de um munícipio quase falido. Hoje é também foco de discussão global o futuro Aeroporto de Lisboa. Aos utilizadores habituais já é óbvio o stress e o mau funcionamento do actual, com atrasos e serviços de apoio pouco eficientes. Mas o novo irá ser Aeroporto de Lisboa ou de Santarém ou de Setúbal? Ota ou Alcochete? Por mim, espero que os estudos de Alcochete sejam positivos, pois é bem mais perto. E para quem viaja frequentemente é assustadora a distância da Ota a Lisboa. Depois da Expo e da Ponte Vasco da Gama, aí vem mais uma grande obra, fomento de grandes discussões a que só a capital faz juz.
O futuro é aqui e agora, e num país em dificuldades económicas, Lisboa marca também o passo e é referência para todos. E que bonita é a capital, não é?
Divirtam-se os que andam por aí!
E para todos, façam o favor de ser felizes!
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